Longa “BRANCO SAI, PRETO FICA”, dirigido por ADIRLEY QUEIRÓS, leva 11 prêmios no 47o. FESTIVAL DE CINEMA DE BRASÍLIA
O drama social “BRANCO SAI, PRETO FICA”, de Adirley Queirós foi o grande vencedor de ontem à noite no 47o. FESTIVAL DE CINEMA DE BRASÍLIA, levantando o prêmio de MELHOR FILME DO JÚRI OFICIAL, além de melhor ator, melhor direção de arte, e outros.
Os Vencedores da Noite dividiram o prêmio
Sobre o Filme:
A forte crítica social apresentada por Queirós conquistou público e jurados. O filme conta a história de vítimas do descaso social, tendo como pano de fundo um caso de agressão policial ocorrido na cidade de Ceilândia, no Distrito Federal. A história mistura documentário, ficção científica e vai além, expondo um futuro onde as desigualdades mostram-se cada vez mais cruéis.
Morador de Ceilândia, Queirós sempre retrata a cidade nos filmes que faz. “Tenho seis filmes feitos em Ceilândia, nos espaços que eu moro. O que me motiva a fazer filme é trabalhar com o espaço onde eu estou morando, com os amigos, pessoas dali”. Para ele, é importante abordar questões sociais em um país que as vive rotineiramente há décadas. “Não podemos negar que o Brasil é um país racista, territorialista e homofóbico. O filme lida com isso, como acho que vai lidar sempre com essas questões. Não existe uma mudança no país em relação a isso. É um problema muito sério que temos que colocar nos filmes”.
Para assistir ao trailer oficial de “BRANCO SAI, PRETO FICA”, clique Aqui
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Os Premiados da Noite:
Melhor Ator: Marquim do Tropa (Branco Sai, Preto Fica)
Melhor Atriz: Dandara de Morais (Ventos de Agosto)
Melhor Ator Coadjuvante: Renato Tavares (Ela Volta na Quinta)
Melhor Atriz Coadjuvante: Élida Silpe (Ela Volta na Quinta)
Melhor Diretor de Longa: Marcelo Pedroso (Brasil S/A)
Antes do anúncio do último prêmio, o de melhor filme, representantes dos seis longas-metragens concorrentes leram uma carta opondo-se à diferença de premiação entre melhor filme, que recebe R$ 250 mil, e outros prêmios, que levam entre R$ 10 mil e R$ 30 mil. Assim, os cineastas decidiram que o vencedor dividiria o prêmio em seis partes iguais entre os demais concorrentes da categoria.
Marquim do Tropa
Dandara de Morais
O Diretor Premiado Marcelo Pedroso
Ficha Técnica de “BRANCO SAI, PRETO FICA”
Sinopse: Um baile black, tiros e repressão, uma geração amputada.
O título é a palavra de ordem dita por um policial ao entrar em um baile de música black, nos anos 1980. O que encontraremos em tela será o resultado deste momento, um trabalho que alterna entre o documentário (a abordar o acontecimento) e a ficção, na medida em que este complementa aquele, e aquele ganha sentido diante da evolução deste.
No plano documental, temos o cotidiano de dois sobreviventes do acontecimento, um de cadeira de rodas e outro com a perna amputada. No ficcional, um agente do futuro é enviado para juntar provas do ocorrido a fim de processar o Estado. Na transição entre os dois momentos, o roteiro de Queirós encontra espaço para fundir os gêneros a fim de criar uma situação pseudo-meta-real (a hifenização fica por motivos de clareza), em que os dois personagens habitam uma cidade politicamente marginalizada, cuja entrada e saída é controlada através de um passaporte.
Elenco: Marquim, Shokito, Dilmar Durães, Jamaika e outros.
Direção: Adirley Queirós