MARCELO FELIPE SAMPAIO Nos Retoques Finais de Seu Longa Metragem “ELDORADO – MENGELE VIVO OU MORTO?”

MARCELO FELIPE SAMPAIO Nos Retoques Finais de Seu Longa Metragem “ELDORADO – MENGELE VIVO OU MORTO?”

24 de outubro de 2018 Off Por admin

Tema indigesto ou não, mas alguém precisa contar essa história. Mais: um brasileiro precisa passar a limpo de forma definitiva este assunto, já que os fatos aconteceram aqui no Brasil, mais precisamente nas cidades de Diadema, Serra Negra e Bertioga, no Estado de São Paulo. Estamos falando da história das décadas em que um dos criminosos de guerra mais procurados do planeta esteve vivendo bem aqui, perto de nós, livre, leve e solto: Josef Mengele, o “Anjo da Morte” da 2a. Guerra Mundial.

 Josef Mengele Com um Oficial Alemão, Em Plena 2a. Guerra Mundial…

Josef Mengele no Brasil, provavelmente na divisa de São Paulo e Diadema, nos anos 1970

Quem tomou para si esta tarefa foi o jovem cineasta de São Bernardo do Campo, MARCELO FELIPE SAMPAIO. Ele está tratando do assunto através de seu documentário “ELDORADO – MENGELE VIVO OU MORTO?“, em fase final de produção…

 MARCELO FELIPE SAMPAIO em frente à casa em que Mengele viveu, em Diadema – SP

“Eu morava no bairro vizinho ao em que ele viveu na década de 1970 – Eldorado, em Diadema. O assunto instiga a muita gente, e resolvi contar a história em forma de um documentário…”

                                                                                                                                                                     

 

Ao lado, foto antiga da casa onde morou um certo “Pedro Hochbichter”, gentil senhor que conviveu muito bem com a vizinhança, apontada por uma senhora que trabalhou para ele. Era, na verdade, o próprio Josef Mengele. Acima, foto da mesma casa tirada por Marcelo. Ela ficava na Estrada do Alvarenga, 5773 – Diadema

 Marcelo na casa de Pedro Hochbichter/Josef Mengele em Serra Negra – SP (Sítio Santa Luzia) – Ele mandou construir a torre, para poder observar a região.

 Foto atual do antigo restaurante no Bairro Sete Praias, divisa entre São Bernardo do Campo e Diadema-SP, e que, segundo relatos, foi frequentado por Pedro/Mengele. – Nas vizinhanças, existiam vários restaurantes alemães.

Marcelo fez ampla pesquisa a respeito dos movimentos do fugitivo nazista por vários lugares do Brasil, entrevistando pessoas que conviveram com ele, além de…ir na fonte e conversar com pessoas que foram vítimas de seus terríveis experimentos.

  …ir na fonte e conversar com pessoas que foram vítimas de seus terríveis experimentos…

 Ben Abraham, sobrevivente entrevistado por Marcelo

As fotos dos atos da Guerra são tão chocantes que há pessoas hoje que…

… não acreditam que tenham de fato ocorrido…”

  A vida do fugitivo nazista em São Paulo veio á tona em 1985, quando descobriram que ele morrera afogado em uma praia no centro da cidade de Bertioga, litoral de São Paulo, onde costumava passar finais de semana em casa de um casal de austríacos que o protegiam… Esses trataram de fazer o funeral de Mengele no cemitério de Embu das Artes, onde foi enterrado com o nome falso de Wolfgang Gerhard.

 Pedro Hochbichter/Josef Mengele no litoral paulista.

O filme “ELDORADO – MENGELE VIVO OU MORTO“, de MARCELO FELIPE SAMPAIO tem supervisão de roteiro de FERNANDO BONASSI, roteirista de “CARANDIRÚ”, “CAZUZA”, “CARCEREIROS”, e outros.

 O filme deverá ser lançado no primeiro semestre de 2019

ELDORADO – MENGELE VIVO OU MORTO?

Curtam a Pagina e compartilhem. Filme do cineasta Marcelo Felipe Sampaio. #eldoradomengelevivooumorto #josefmengele #marcelofelipesampaio #holocausto #mengele

Posted by Eldorado – Mengele Vivo Ou Morto? on Monday, April 23, 2018

 

MARCELO FELIPE SAMPAIO

MINI ENTREVISTA

WW: COMO VOCÊ ENTROU NO MUNDO DE CINEMA?

Marcelo: Na verdade minha porta de entrada para o mundo das artes foi através da música, minha primeira banda foi montada em 1991. Sempre fui fã de cinema e em meados dos anos 2000, montei uma banda chamada PAI URSO, nela fazíamos uma vídeo-exposição no fundo do palco, com vários trechos de filmes, incluindo PIXOTE, A LEI DO MAIS FRACO de Hector Babenco. Fazíamos a trilha ao vivo, que era sincronizada com essas projeções. Como passar do tempo começamos a fazer pequenos curtas para exibirmos durante essas apresentações. Nesse meio tempo fui convidado a dar oficinas de vídeo e música, na cidade de Diadema, e ao mesmo tempo estagiar em algumas produtoras na região de São Paulo, foi quando entrei de cabeça no mundo da publicidade, trabalhando com grandes marcas nacionais e internacionais como: NIKE, NATURA, ROLAND, YAMAHA, SADIA entre outras . Na paralela comecei a dirigir e produzir curtas que foi um grande prazer durante todos esse anos, e até quem em 2014 produzi meu primeiro longa metragem. Participamos de vários festivais no Brasil e no exterior.

WW: NO ANO DE 2017, O NÚMERO DE SALAS EXIBIDORAS NO BRASIL AUMENTOU, E O NÚMERO DE LANÇAMENTOS BRASILEIROS FOI DE 35% DO TOTAL DE TÍTULOS (160 X 463), MAS O PERCENTUAL DE PÚBLICO DAS PRODUÇÕES NACIONAIS DIMINUIU DRASTICAMENTE (DE 16,5% PARA 9,6% PARA ASSISTENTES DE FILMES BRASILEIROS – (Fonte: Observatório Brasileiro de Cinema e Audiovisual 2017/2018) QUER COMENTAR?

Marcelo: O problema é a própria situação do país, uma crise muito grande e as mudanças que a internet trouxe. A Netflix que pagamos pouco e temos o mundo do cinema nos nosso celulares e tablets e a grande informação que temos hoje. Uma vez assisti uma entrevista do Hector Babenco falando que o cinema que nós conhecemos está acabando. É tempo de mudanças, e o povo brasileiro não valoriza muito seus filmes. Há quanto anos não vemos um “blockbuster” brasileiro nas telas? O último foi TROPA DE ELITE 2.

 MARCELO FELIPE SAMPAIO dando entrevista em Diadema – SP, próximo à casa onde Pedro Hochbichter/ Josef Mengele morou por anos, sobre seu filme “ELDORADO – MENGELE VIVO OU MORTO?”

WW: VOCÊ TEM ALGUMA OPINIÃO A RESPEITO DESSE DESEMPENHO DAS PRODUÇÕES NACIONAIS, SEMPRE MUITO DESFAVORÁVEL PARA OS FILMES BRASILEIROS?

Marcelo: Um amigo fotografou um filme pela “Paris Filmes”, com astro da Globo e uma atriz reconhecida internacionalmente. Tive a oportunidade de ver. Trabalho primoroso, mas o publico foi pífio! Um desastre, segundo as palavras desse amigo. Temos que treinar esse publico a assistir nossas produções e deixar de assistir só Minions e Homens Aranhas. Não que essas produções não sejam boas também. O que eu acho é que temos que valorizar mais nossas produções.

WW: COMO VÊ O MERCADO DISTRIBUIDOR FRENTE AOS LANÇAMENTOS NACIONAIS?

Marcelo: Aqui temos grandes distribuidoras, mas o problema é que aqui não tem mercado para o cinema nacional. Todos os filmes (ou quase todos) são feitos por lei de incentivo, todos já foram pagos antes de sair. Então não tem um compromisso de fazer o filme dar certo. O cara ganha o incentivo, depois lança numa cidadezinha do interior e pronto. Acabou o filme! Ele não é trabalhado! Isso acaba refletindo nas distribuidoras que preferem pegar filmes internacionais, que infelizmente, é que o publico brasileiro mais gosta.

WW: SOBRE O FILME “ELDORADO – MENGELE VIVOU OU MORTO?”: É UM DOCUMENTÁRIO? COMO SE INSPIROU PARA FAZER ESSE FILME?

Marcelo: Sim, é um documentário. Sobre a inspiração, ela vem de longa data, de quando era uma criança. Morávamos em Diadema/SP numa região pobre do grande ABC, tínhamos pouca informação. Um dia passou um filme chamado MARATONA DA MORTE no SUPERCINE na GLOBO, passava aos sábados a noite. No filme tinha um personagem judeu interpretado pelo DUSTIN HOFFMAN e outro alemão/nazista pelo LAURENCE OLIVIER. O Personagem de OLIVIER torturava  o personagem de HOFFMAN numa cadeira de dentista. Fiquei impressionado com o filme. No outro dia encontrávamos os amigos da rua para debater os filmes, que tinham passado no dia anterior. E um amiguinho me falou que o homem que era baseado naquele personagem do filme, morou ali perto de nós, no bairro de Eldorado em Diadema. Depois de anos numa conversa na casa do escritor e roteirista Fernando Bonassi, falei pra ele da vontade de fazer o filme, e ele me encorajou. Então o fiz. Descobri que aquela história contada por um amigo de infância, era totalmente verdadeira. Realmente, Mengele morou perto de nós.

WW: TEVE ALGUMA DIFICULDADE DIFERENTE PARA REALIZÁ-LO?

Marcelo: Todas as dificuldades possíveis, se pensasse um pouco não o teria realizado. O primeiro é que foi uma história muito contada, muito divulgada. Teria que ter um ponto de vista original para lográ-la. E o ponto de vista de uma criança que morava ao lado de um criminoso de guerra, procurado e com a cabeça a prêmio avaliada em U$.4.000.000,00 é no mínimo curiosa. Mas é um filme que todos querem assistir, mas ninguém quer colocar dinheiro nele, pois o tema é indigesto. Tive problemas de produção, de pessoas erradas que chamei para o projeto, de entrevistados que queriam dar as autorizações de imagem, só depois de ver o filme. Mas no final isso só me fortaleceu, e deixou o trabalho melhor.

WW: QUANDO O FILME ESTARÁ DISPONÍVEL PARA O PÚBLICO?

Marcelo: O lançamento está previsto para Abril de 2019. Estou vendo lugares para o lançamento e estou negociando com as distribuidoras e canais de TV a cabo.

FILMOGRAFIA DE MARCELO FELIPE SAMPAIO

Desabafo Coletivo – Curta – 2003.

O Escritor Das Ruas – Curta – 2004.

Helmur Gregor Está Vivo – Curta – 2005.

Hotel Tyll – Curta – 2007.

O Guardado – Curta – 2010.

Pixote 30 Anos Depois – Curta – 2010.

La Plata Yvyguy – Enterros de Guardados – Longa – 2016

Eldorado – Mengele Vivo ou Morto? – Longa – 2019

 

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Fotos e filmes cedidos pelo entrevistado ou obtidos das redes sociais – créditos de Martim Tello e Fábio Gusmão.