Pesquisa “RETRATOS DA LEITURA NO BRASIL – Edição 2016” Revela Aumento no Número de Leitores de Livros no País

Pesquisa “RETRATOS DA LEITURA NO BRASIL – Edição 2016” Revela Aumento no Número de Leitores de Livros no País

3 de julho de 2016 Off Por admin

Sob encomenda do INSTITUTO PRÓ-LIVRO, foi realizada pesquisa nacional nos meses de Novembro e Dezembro de 2015, quando 5.012 pessoas de todas as regiões e classes sociais e todos os níveis de escolaridade foram ouvidas pelo IBOPE, com relação ao perfil da leitura de livros no Brasil.

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Critérios gerais

Livros: Consideram-se livros em papel, livros digitais ou eletrônicos e áudio livros digitais, livros em braile e apostilas escolares, excluindo-se manuais, catálogos, folhetos, revistas, gibis e jornais. Livros lidos em partes: Considera-se como livros lidos em partes aqueles os quais os entrevistados leram apenas algumas partes, trechos ou capítulos.

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Leitor e Não Leitor: Para fins da pesquisa, foi estabelecida a seguinte definição de Leitor e Não leitor: Leitor é aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos últimos 3 meses. Não leitor é aquele que declarou não ter lido nenhum livro nos últimos 3 meses, mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses.

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Os resultados foram divulgados em seminários realizados no último mês de Maio em SP e RJ.

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Algumas notícias animadoras:

– Entre a população potencialmente leitora (com de 5 anos de idade ou mais – idade média de 35 anos), em 2015 foi apurado que 56% leram algum livro (ou parte) dentro do período de até 3 meses anteriores á data da pesquisa. Na pesquisa de 2011 esse índice foi de 50%.

– A média geral de livros lidos no todo ou em partes nos últimos 3 meses também subiu, de 1,85 em 2011 para 2,54 em 2015!

– Quanto à média geral de livros lidos (por inteiro ou em parte) por ano por habitante, passou de 4 em 2011 para 4,96 obras em 2015.

– Em média geral de todas as idades, entre estudantes e não estudantes, 52% dos homens lêem livros contra obviamente 48% que não o fazem, enquanto entre as mulheres a média geral foi de 59% de leitoras/41% de não-leitoras.

– Pouco mais de 94% leram livros impressos, contra pouco menos de 6% leram livros em edições digitais.

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Objetivos da Pesquisa RETRATOS DA LEITURA NO BRASIL:

– Avaliar impactos e orientar políticas públicas do livro e da leitura, tendo por objetivo melhorar os indicadores de leitura do brasileiro.

– Promover a reflexão e estudos sobre os hábitos de leitura do brasileiro para identificar ações mais efetivas voltadas ao fomento à leitura e o acesso ao livro.

– Promover ampla divulgação sobre os resultados da pesquisa para informar e mobilizar toda a sociedade sobre a importância da leitura e sobre a necessidade de melhorar o “retrato” da leitura no Brasil.

– Conhecer o comportamento leitor medindo a intensidade, forma, limitações, motivação, representações e as condições de leitura e de acesso ao livro – impresso e digital – pela população brasileira. Além do objetivo central, o estudo pretende coletar dados e gerar informações específicas sobre:  Hábitos e motivações para a leitura, além dos índices de leitura de livros;  Perfil do leitor e do não leitor de livros;  Percepções, representações e valorização da leitura;  Motivações e preferências sobre livros, gêneros e autores;  Perfil do comprador e do não comprador de livros;  O acesso a livros – papel e digital, envolvendo bibliotecas e diferentes canais de distribuição e venda;  Práticas leitoras em diferentes materiais (livros, jornais, revistas e hipertextos), suportes (impressos, digitais) e ambientes;  Avaliação de bibliotecas públicas, escolares e comunitárias;  O impacto de leituras a narrativas “transmidiáticas” e construção colaborativa/interativa (Nova proposta CERLALC); e  A produção e o consumo de literatura ou narrativas não tradicionais.

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Mercado do Livro no Brasil

Perfil dos meios de Comercialização dos Livros Lidos em 2015:

– 31% dos entrevistados compraram ao menos um livro nos últimos 3 meses (em edições impressas ou digitais);

– No total, 65% dos entrevistados já compraram algum livro pelo menos uma vez na vida (Inclui os citados no item anterior);

– 30% dos entrevistados afirmaram nunca terem comprado um livro;

– 63% dos entrevistados compraram os livros em livrarias físicas e/ou bancas de jornais e revistas, enquanto que 15% o fizeram em livrarias on-line. Foram citados outros locais, como Supermercados/Lojas (7%), Bienais/Feiras de Livros (6%), e vários outros.

– Cerca de metade dos entrevistados indicaram o empréstimo, seja com parentes ou conhecidos, seja em bibliotecas ou outros locais, como principal meio de acesso ao livro. O segundo meio de acesso mais citado foi a compra seja em loja física, seja em loja virtual;

– “Tema” é o aspecto que em geral mais influencia quem compra livros no momento da escolha da obra que irá adquirir (55%). Tiveram motivações como “Dicas de Outras pessoas/Professores” (32%), ”Título do livro” (17%), “Autor” (19%), “Preço” (16%), “Capa” (7%). “Críticas”, “Resenhas”, “Publicidade” e outras foram citadas com menos de 4% de motivação cada uma;

– “Bíblia/Religiosos” é o gênero citado como mais lido (64%), seguido das categorias “Contos” e “Romance” (juntas somam 44%), “Didáticos/Técnicos/Universitários/Formação Profissional” (32% no total), entre 23 categorias (O público entrevistado, em geral, lê obras de mais de um gênero, por isso o percentual geral passa dos 100%);

– 43% dos leitores “Compraram” os livros, 26% “Emprestaram de amigos ou parentes”, 25%  Emprestaram os livros de Bibliotecas” 23% “Ganharam”, 9% “Baixaram pela Internet”, 5% “Fotocopiaram”, entre outras formas de aquisição;

– Entre os que não lêem, “Não gosta/Não tem paciência para ler” somou 41% das motivações para não ler, “Não tem tempo”, 32%, e apenas 4% “Acham o livro caro/Não tem dinheiro para comprar”;

– Em geral, quanto maior a escolaridade e a classe, maior a proporção de compradores de livros;

– À pergunta geral: “Gosta de Ler?”, 30% responderam que gostam muito (28% em 2011), e 23% responderam que não gostam (mesmo percentual de 2011).

 

http://prolivro.org.br/home/images/2016/Pesquisa_Retratos_da_Leitura_no_Brasil_-_2015.pdf

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Leitura em meio digital:

  • 41% do universo global dos entrevistados já ouviram falar em livros digitais – e-books – (30% em 2011). Dos que já ouviram falar, 26% já leram ao menos 1 livro digital, enquanto 74% jamais leu. Entretanto, em 2015, 59% dos entrevistados ainda se colocaram entre os que nunca ouviram falar em livros digitais!
  • A pesquisa indica também que a proporção de leitores usuários de Internet é superior à proporção de usuários de Internet na população em geral (81% e 63% respectivamente);
  • Entre aqueles que lêem livros digitais, 91% são considerados leitores pelos critérios da pesquisa, ou seja, leram pelo menos um livro inteiro ou em partes nos 3 meses anteriores à pesquisa;
  • Ainda em relação à edição anterior, houve uma mudança significativa do tipo de suporte utilizado para leitura do livro digital. Os resultados da pesquisa de 2015 apontam os celulares ou smartphones como os principais suportes utilizados para a leitura do livro digital, seguidos de computadores. Equipamentos para leitura digital responderam por apenas 4% dos utilizados para leitura;
  • A edição de 2015 também indica que, em geral, o leitor de livros digitais baixa gratuitamente da Internet os livros que deseja ler (15% pagaram para “baixar” o livro pela internet, e 85% o fizeram gratuitamente.)

a Provida11 leitura digital

Considerações Gerais Decorrentes dos Dados Obtidos Pela Pesquisa:

  • Em 2015, semelhante ao observado nas edições anteriores da pesquisa, pouco menos de um terço dos brasileiros declaram que gostam muito de ler. Ao contrário, pouco menos de um quarto não gostam. A proporção de leitores que gostam muito de ler é significativamente maior que a proporção de não leitores, grupo composto por 43% de indivíduos que não gostam de ler;
  • Gostar muito de ler é mais característico das crianças menores (mesma proporção encontrada para “gostar um pouco”, sendo que os adolescentes e adultos declaram em maior proporção que gostam um pouco de ler, indicando uma mudança importante na relação com a leitura a partir do ingresso no Ensino Fundamental II. No entanto, entre os indivíduos que atingiram escolaridade superior, a proporção dos que gostam muito de ler ultrapassa a metade desse grupo. Da mesma forma, quanto mais alta a renda, maior a proporção dos que declaram que gostam muito de ler, em relação aos que gostam um pouco ou não gostam;
  • A principal ideia associada com a leitura na percepção dos brasileiros é a de que a “leitura traz conhecimento”. Já representações negativas da leitura, como ocupar muito tempo, ser cansativa e obrigatória são mencionadas em proporções significativamente inferiores do que as representações positivas.
  • Gosto e atualização cultural/ conhecimento geral são os principais fatores que motivam os brasileiros a ler, sendo que as menções a gosto aumentam de forma inversamente proporcional à idade, o contrário ocorrendo com as menções à atualização cultural e conhecimento geral, indicando uma transformação da motivação da leitura ao longo da vida. O mesmo ocorre com outros motivos ligados, por um lado, ao prazer e, por outro, aos aspectos instrumentais da leitura. Indivíduos com mais alta renda também reportam em maior medida em relação aos de renda mais baixa motivos relativos aos aspectos instrumentais da leitura;
  • Da mesma maneira, a escolha do livro é mais influenciada por seu tema ou assunto quanto mais escolarizados e adultos são os indivíduos, enquanto aspectos como o título do livro e a capa são mais relevantes para crianças e adolescentes e para os menos escolarizados;
  • A leitura de outros materiais, como jornais, é mais frequente que a leitura de livros propriamente dita;
  • Os mais escolarizados leem relativamente mais que os menos escolarizados todos os tipos de material de leitura abordados na pesquisa, indicando uma diferença não apenas quantitativa, mas também qualitativa, dada a diversidade de materiais com a qual esses indivíduos têm contato.
  • Livros religiosos (principalmente a bíblia), seguem sendo os tipos mais lidos pelos brasileiros, independente do fato de estarem estudando ou não, embora os estudantes tenham contato com tipos de materiais mais variados que os não estudantes. O mesmo ocorre com os mais escolarizados;
  • Assim como observado nas edições anteriores da pesquisa, a maior parte dos brasileiros lê no domicílio, embora a leitura em outros locais, sobretudo locais públicos e em trânsito, comece a ganhar importância, o que pode estar associado à leitura em plataformas digitais (pela facilidade de armazenar e transportar os conteúdos em equipamentos que já estão incorporados ao cotidiano dos indivíduos, principalmente o telefone celular). E é exatamente a população adulta a que mais lê nesses locais. Já a população com renda mais alta lê mais em praticamente todos os locais pesquisados;
  • O tempo livre dos brasileiros está cada vez mais ocupado por uma variedade de atividades, com destaque em 2015 para o uso da Internet e outras atividades no computador ou no telefone celular (como redes sociais, WhatsApp, etc), fenômeno observado tanto entre não leitores quanto entre leitores (a diferença é que os últimos ocupam seu tempo livre de maneira mais variada que os primeiros, o que está associado à escolaridade e ao perfil de renda).
  • Os resultados da pesquisa reforçam a análise de que o hábito de leitura é uma construção que vem da infância, bastante influenciada por terceiros, especialmente por mães e pais, uma vez que os leitores, ao mesmo tempo em que tiveram mais experiências com a leitura na infância pela mediação de outras pessoas, também promovem essa experiência às crianças com as quais se relacionam em maior medida que os não leitores;
  • A falta de tempo é o principal motivo mencionado pelos não leitores e também pelos leitores que gostariam de ter lido mais (que representam cerca de três quartos dos leitores). No entanto, também merece destaque entre os não leitores a menção à falta de gosto pela leitura;
  • A cada edição da pesquisa diminui a proporção dos que afirmam não ter nenhuma dificuldade para ler, enquanto ganham destaque motivos como a falta de paciência e de concentração e os problemas de visão;
  • A percepção de “Não ter nenhuma dificuldade para ler” aumenta com a classe à qual o indivíduo pertence. Em proporções diferentes, o mesmo movimento ocorre em relação à escolaridade;
  • Na medida em que a escolaridade do individuo diminuiu, reduz a proporção daqueles que consideram a leitura uma atividade prazerosa. A maior escolaridade do indivíduo, como já foi apontado, indica uma maior diversidade de materiais lidos, mas também pode influenciar no tipo de relação que ele estabelece com a leitura. Pessoas com maior nível de escolaridade tendem a ter maior habilidade leitora, o que lhes permite desenvolver outras relações com a leitura para além do seu uso instrumental.

 

A pesquisa é muito abrangente e contém várias informações muito interessantes acerca do perfil do universo dos livros no Brasil. Acesse a íntegra dos resultados da pesquisa RETRATOS DA LEITURA DO BRASIL – Edição 2016  pelo link: http://prolivro.org.br/home/images/2016/Pesquisa_Retratos_da_Leitura_no_Brasil_-_2015.pdf

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