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{"id":1063,"date":"2015-06-17T18:32:20","date_gmt":"2015-06-17T19:32:20","guid":{"rendered":"http:\/\/wagnerwoelke.com.br\/?p=1063"},"modified":"2020-01-08T14:45:25","modified_gmt":"2020-01-08T17:45:25","slug":"cara-a-cara-com-perola-bensabath-entrevista-concedida-a-comunidade-elos-literarios","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.wagnerwoelke.com.br\/cara-a-cara-com-perola-bensabath-entrevista-concedida-a-comunidade-elos-literarios\/","title":{"rendered":"CARA-A-CARA Com P\u00c9ROLA BENSABATH: Entrevista Concedida \u00e0 COMUNIDADE ELOS LITER\u00c1RIOS"},"content":{"rendered":"

\"\"<\/p>\n

Entrevista a P\u00e9rola Bensabath, da \u201cComunidade Elos Liter\u00e1rios\u201d
\nentrevistado – WAGNER WOELKE<\/p>\n

——————————————————————————————-<\/p>\n

Primeiramente gostaria de agradecer imensamente a oportunidade de mostrar um pouco do meu trabalho e das minhas pesquisas para um grupo de pessoas t\u00e3o esclarecidas e inteligentes. Muito obrigado!<\/p>\n

P\u00e9rola – A mudan\u00e7a foi de S\u00e3o Paulo para Valinhos, ou vice versa?
\nR – Nasci em Mogi das Cruzes, sub\u00farbio de S\u00e3o Paulo, e interagi intensamente com a metr\u00f3pole paulistana at\u00e9 2002, ora estudando l\u00e1, ora trabalhando, e depois, morando. Naquele ano, uma oportunidade profissional na regi\u00e3o metropolitana de Campinas, distante cerca de 100 km. da capital do estado me fez mudar para Vinhedo e Valinhos. Seis anos depois, cumprido o ciclo, voltei a morar na capital de S\u00e3o Paulo, e hoje divido minha vida entre SP e a baixada santista, onde a fam\u00edlia tem casa.<\/p>\n

P\u00e9rola – O que relembras com mais intensidade da \u00e9poca do calouro da PUC?
\nR – Na PUC fiz mestrado em Cont\u00e1beis (incompleto: n\u00e3o entreguei a disserta\u00e7\u00e3o). Sou graduado em Economia e em Ci\u00eancias Cont\u00e1beis respectivamente pela UBC e UMC; essas duas universidades s\u00e3o de Mogi das Cruzes, praticamente na porta de casa. Ihhh, faz muito tempo dos tempos de calouro, quase 40 anos..!. Lembro-me que era a \u00e9poca da ditadura, e no curso de Economia, tinha um pessoal engajado no DA. Uns colegas sumiram, alguns colegas comentaram o sumi\u00e7o. Eu, com 18 anos, me lembro de ter ficado com medo.<\/p>\n

P\u00e9rola – Como \u00e9 o Wagner na intimidade?
\nR – Hoje sou muito tranq\u00fcilo, pratica diariamente medita\u00e7\u00e3o vazia, leio muito, pesquiso muito, escrevo muito. Gosto de passeios na cidade, em meio a muitas pessoas e pr\u00e9dios altos.<\/p>\n

\"\"<\/p>\n

P\u00e9rola Finalmente, voc\u00ea \u00e9 um fil\u00f3sofo, um m\u00edstico, um guru ou um pensador?
\nR – Fil\u00f3sofo sempre fui, desde que me entendo por gente. Pensador tamb\u00e9m. M\u00edstico e guru, jamais.<\/p>\n

P\u00e9rola – Triste, profundo, rom\u00e2ntico, ou s\u00e9rio? Em qual destes voc\u00e1bulos voc\u00ea se encaixa?
\nR – Profundo, s\u00e9rio e rom\u00e2ntico, nessa ordem.<\/p>\n

P\u00e9rola Qual o seu livro de maior sucesso?
\nR – (Risadas). Acho muito prematuro referir-se assim, meu \u201clivro de maior sucesso\u201d. Volte a fazer-me esta pergunta daqui a uns vinte anos, que eu respondo.(risadas) Afinal, foram apenas 4 t\u00edtulos publicados at\u00e9 hoje, todos com tiragens t\u00edpicas de iniciante. Publiquei meu primeiro livro em 2010, o \u201cTRATADO GERAL DA MEDITA\u00c7\u00c3O E HARMONIZA\u00c7\u00c3O COM O UNIVERSO\u201d, logo aceito pelas duas maiores redes de livrarias do Brasil e, ao que eu saiba, a primeira edi\u00e7\u00e3o encontra-se esgotada. J\u00e1 preparei um texto revisto e ampliado, do qual lan\u00e7arei em edi\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria oportunamente. O \u201cCRIANDO REALIDADES\u201d tamb\u00e9m vendeu bem e ainda vende, vejo que h\u00e1 livrarias que fazem pedidos regularmente. J\u00e1 a distribui\u00e7\u00e3o do \u201cEU SUBLIMINAR\u201d e do \u201cO HOMEM E A MALHA C\u00d3SMICA\u201d \u00e9 de responsabilidade da editora, e ainda est\u00e3o sendo trabalhados por eles, n\u00e3o interfiro nem um pouquinho. Acho que o pre\u00e7o do livro pesa muito na hora da vendagem.<\/p>\n

\"\" \"Tratado<\/p>\n

P\u00e9rola – E o contexto da literatura nacional compensa de alguma forma, enquanto escritor?
\nR – Bem, financeiramente, para obter um ganho que se permita viver bem, exclusivamente de escrever livros, \u00e9 necess\u00e1rio que se vendam \u00e0s dezenas de milhares de exemplares. No Brasil, isso \u00e9 conseguido por n\u00e3o mais de que uma d\u00fazia de escritores. No meu caso, como se tratam de apenas 4 t\u00edtulos, distribu\u00eddos de v\u00e1rias formas: por meio de distribuidora, por meio da pr\u00f3pria editora, por meio do meu site, do meu blog, por meio de livrarias independentes de SP e da baixada santista, todo m\u00eas sempre pinga um pouquinho de dindim na minha conta banc\u00e1ria, \u00e0s vezes, at\u00e9 de valores surpreendentes. Tem dado para o gasto, n\u00e3o mais que isso. Mas h\u00e1 que se considerar que, no Brasil em geral se l\u00ea comparativamente pouco. As estat\u00edsticas falam em mais de 400 milh\u00f5es exemplares vendidos por ano aqui na Terra de Santa Cruz, mas esse n\u00famero inclui os livros did\u00e1ticos. E no pouco que se l\u00ea, h\u00e1 a prefer\u00eancia, como disse, pelos grandes lan\u00e7amentos internacionais, estes, sempre acompanhados de farta propaganda direta e institucional feita por suas editoras, al\u00e9m de exibi\u00e7\u00e3o em locais privilegiados nas livrarias e nas revistas de grande circula\u00e7\u00e3o. Os melhores espa\u00e7os nas maiores livrarias aqui de S\u00e3o Paulo \u2013 quinas, altos de prateleiras, expositores , ilhas, etc., s\u00e3o todos alugados, com valores a pesos de ouro. Os an\u00fancios em revistas especializadas tamb\u00e9m possuem valores bem salgados. O livro, exposto nas prateleiras, vende, e \u00e9 um produto perene, que n\u00e3o tem data de validade (\u00e0s vezes vou \u00e0s livrarias e, quando vejo que meus livros est\u00e3o escondidos, pego um exemplar e deixo-o num local mais vis\u00edvel, mais privilegiado… risadas), mas o escritor brasileiro \u00e9, em geral, muito discriminado e desprezado por toda a cadeia: editoras, distribuidoras, livrarias e, claro, pelos leitores. As p\u00e1ginas culturais dos grandes jornais gostam de falar de livros lan\u00e7ados por atores da Globo, ignoram os talentos emergentes. Tamb\u00e9m, com a mentalidade de colonizados que existe forte no Brasil, principalmente em meio \u00e0s classes dos mais esclarecidos, os autores estrangeiros geralmente s\u00e3o preferidos pelas editoras, idem pelos leitores. (J\u00e1 fui inquirido por leitor, que insistia em querer saber se eu sou brasileiro, mesmo!) Na edi\u00e7\u00e3o de sexta-feira passada do Programa LITERATUS TV, especializado em literatura, da Rede de TV Federal, o apresentador, quando cobrado pelos telespectadores sobre a falta de men\u00e7\u00e3o de obras de escritores brasileiros contempor\u00e2neos, saiu-se com o seguinte coment\u00e1rio, dito com uma careta: \u201cAh, falar de escritores brasileiros, s\u00f3 porque estamos no Brasil, \u00e9 bobagem, \u00e9 bairrismo bobo…\u201d. E seguiu, falando de Stephen King, de Conde Dr\u00e1cula, etc, etc… Esse problema \u00e9 antigo: No ensaio de grande Jos\u00e9 Martiniano de Alencar, chamado \u201cCOMO E PORQUE SOU ROMANCISTA\u201d, publicado em Maio de 1873, ele j\u00e1 destila a lista das desventuras de ser um escritor no Brasil, como o desprezo das classes intelectuais, as cr\u00edticas preconceituosas e injustas, os atrasos das editoras, o extravio de originais, o descaso dos lojistas, que fez com que a primeira edi\u00e7\u00e3o de seu monumental \u201cO GUARANI\u201d, de 1857, jazesse, por 2 anos, sob o que ele mesmo denominou de \u201cpretensioso desd\u00e9m da roda liter\u00e1ria\u201d, no fundo de um sebo e nos cord\u00e9is, embaixo dos arcos da Lapa, sem que ele visse durante esse tempo \u201ce muito depois, qualquer elogio, cr\u00edtica ou simples not\u00edcia do romance…\u201d. O panorama n\u00e3o mudou em quase nada. Em 2012, algu\u00e9m sugeriu que eu entregasse os originais de meu rec\u00e9m conclu\u00eddo \u201cEU SUBLIMINAR\u201d a uma editora especializada na tem\u00e1tica de que ele trata, para an\u00e1lise. Conversei l\u00e1 e me disseram assim: \u201cDEIXE UMA C\u00d3PIA A\u00cd. SE EM UM ANO N\u00c3O TE PROCURARMOS PARA TE DAR RESPOSTA, \u00c9 PORQUE O LIVRO FOI RECUSADO\u201d. Pode? Um livro elogiad\u00edssimo pelos leitores, que j\u00e1 tem duas tradu\u00e7\u00f5es para o Ingl\u00eas e, at\u00e9 onde ouvi falar, est\u00e1 sendo traduzido para o holand\u00eas e para o russo… O fato \u00e9 que os autores brasileiros consagrados lan\u00e7am seus livros por aqui com tiragens de 3 mil, 5 mil exemplares, n\u00e3o mais que isso. O Paulo Coelho, uma das poucas exce\u00e7\u00f5es que h\u00e1, com suas centenas de milhares de exemplares em cada lan\u00e7amento, primeiro teve que fazer sucesso l\u00e1 fora, para depois ser aceito aqui, sempre com muita cr\u00edtica, principalmente invejosa. J\u00e1 participei de rodas de escritores aqui em SP para discutir o problema, mas logo parei, pois aquilo me fazia muito mal ao esp\u00edrito. Tem muito escritor brasileiro magoado. N\u00e3o reclamo, pois estou ciente que meus livros n\u00e3o tratam de temas populares, e seus conte\u00fados e abordagens realmente n\u00e3o s\u00e3o diger\u00edveis por qualquer um. Mas vejo que, quem l\u00ea um dos meus livros, imediatamente me procura querendo ler os outros. E alguns escrevem para me cobrar por mais obras de assuntos relacionados. Meus livros demandam muita pesquisa especializada, com muito crit\u00e9rio. Na verdade, toda vez que entrego o original de um livro meu para uma editora sob contrato, sinto-me leve, muito leve, como que um grande peso tenha sa\u00eddo das minhas costas.<\/p>\n

\"\" \"\"<\/p>\n

P\u00e9rola – Existe curiosidade em torno da tua empresa: \u00e9 uma editora, uma divulgadora, uma empresa de marketing?
\nR – N\u00e3o tenho empresa, n\u00e3o! (Risadas). Meu s\u00edtio eletr\u00f4nico (www.wagnerwoelke.com.br<\/a>) \u00e9 somente uma ferramenta de divulga\u00e7\u00e3o, tanto de meus assuntos que, segundo entendo, devam ser divulgados, quanto de mat\u00e9ria cultural em geral, editais na \u00e1rea cultural, etc., pois, como andei no meio cultural (fui diretor cultural da Associa\u00e7\u00e3o Viva o Centro, A\u00e7\u00e3o Local Pra\u00e7a Ramos, no per\u00edodo de 2009 a 2011,aqui de S\u00e3o Paulo, e percebi que muito da agenda cultural da cidade, que \u00e9 imensa, \u00e9 simplesmente ignorada pela imensa maioria da popula\u00e7\u00e3o. Ent\u00e3o, divulgo. Nem tanto quanto poderia ou deveria, mas divulgo.)<\/p>\n

P\u00e9rola – O teatr\u00f3logo?
\nR – \u00c9 uma conseq\u00fc\u00eancia de minha tempor\u00e1ria atividade na A\u00e7\u00e3o Local Pra\u00e7a Ramos: compareci a muitos espet\u00e1culos (TEATRAIS, \u00d3PERA, DAN\u00c7A, ORQUESTRA SINF\u00d4NICA, SHOWS DE MPB, ROCK, ETC., ETC.), uma verdadeira maratona, ao longo de mais de 3 anos. Evidentemente, conheci muita gente do meio, acabei envolvido com produ\u00e7\u00e3o, capta\u00e7\u00e3o de recursos e, como tenho alguma coisa a dizer, surgiram meus textos para teatro e cinema. Sou associado da SBAT – Sociedade Brasileira de Autores (Teatrais), e eis meus textos teatrais (atualmente s\u00e3o 14, devidamente registrados na Biblioteca Nacional):<\/p>\n

\"Resultado<\/p>\n

– \u201cA ATRIZ\u201d, com\u00e9dia dram\u00e1tica,<\/p>\n

– \u201cEU N\u00c3O VI MEU MARIDO GANHAR CABELOS BRANCOS\u201d, drama,<\/p>\n

– \u201cTIA, O QUE EU VOU SER QUANDO CRESCER?\u201d, l\u00fadico infanto-juvenil,<\/p>\n

– \u201cA ORDEM DO REI\u201d, drama baseado em uma pequena cena do livro \u201cNossa Senhora de Paris\u201d, de Victor Hugo,<\/p>\n

– \u201cMULHER ESPIRITUALMENTE DANIFICADA\u201d, drama<\/p>\n

– \u201cENSAIO SOBRE A FALTA DE ESCR\u00daPULO\u201d, um estudo sobre as rela\u00e7\u00f5es atuais no ambiente corporativo,<\/p>\n

– \u201cEU, PERI, GUERREIRO GOYTACAZ DESTEMIDO, 30 ANOS, BELO, ALTO, APAIXONADO…\u201d, \u00e9pico baseado na personagem de Jos\u00e9 de Alencar,<\/p>\n

– \u201cI-JUCA-PIRAMA, A PE\u00c7A\u201d, \u00e9pico baseado no poema hom\u00f4nimo de Gon\u00e7alves Dias,<\/p>\n

– \u201cA PATA DA GAZELA, A PE\u00c7A\u201d, com\u00e9dia de costumes baseada no livro hom\u00f4nimo de Jos\u00e9 de Alencar,<\/p>\n

– \u201c\u00c9 SHAKESPEARE, MEU!\u201d, uma colet\u00e2nea de trechos de textos do Bardo, t\u00e3o falado e t\u00e3o pouco conhecido,<\/p>\n

– \u201cNAVIO NEGREIRO E OUTRAS DORES\u201d, drama baseado na obra hom\u00f4nima de Castro Alves, e em outros textos seus,<\/p>\n

– \u201cCAM\u00d5ES EXPLICA \u201cOS LUS\u00cdADAS\u201d, um mergulho e uma interpreta\u00e7\u00e3o da maior obra \u00e9pica da incr\u00edvel e desconhecida (para n\u00f3s) hist\u00f3ria da grande na\u00e7\u00e3o portuguesa,<\/p>\n

– \u201cNEGRINHO DO PASTOREIO, A PE\u00c7A\u201d, drama sobre a lenda do sul do Brasil,<\/p>\n

– \u201cNERO, O DI\u00c1RIO DE UM DOIDO VARRIDO\u201d, com\u00e9dia dram\u00e1tica baseado nos feitos do controvertido imperador romano.<\/p>\n

Atualmente estou fazendo uma minuciosa pesquisa nos prim\u00f3rdios de nossa hist\u00f3ria, \u00e0 cata de coisas que n\u00e3o s\u00e3o absolutamente do conhecimento geral de n\u00f3s mesmos, brasileiros, mas que acabaram por nos levar a isso que n\u00f3s somos hoje. Se eu tiver tempo, farei uma devolu\u00e7\u00e3o em forma de textos teatrais, voltados principalmente para o p\u00fablico estudantil.<\/p>\n

\"\"<\/p>\n

Para cinema, sou um apaixonado pelos filmes brasileiros, tanto que criei um blog s\u00f3 para relacionar traileres de nossas produ\u00e7\u00f5es, o www.socinemabrasileiro.blogspot.com<\/a> . No ano passado participei de oficinas de roteirista e fotografia no MIS \u2013 Museu da Imagem e do Som, e at\u00e9 participei de um curta-metragem experimental, o \u201cSUA M\u00c3E, SEU PROBLEMA\u201d (https:\/\/www.youtube.com\/watch?v=FGxhaeAVxtU<\/a>), dirigido pelo \u00f3timo Anderson Lima. Meus roteiros de longa metragem, todos devidamente depositados na BN: um deles \u00e9 um drama que trata de racismo na periferia das grandes cidades brasileiras, outro drama urbano de um ex-executivo de meia idade que perde tudo e tenta recome\u00e7ar a vida em bases mais humildes, outro \u00e9 um thriller que conta a hist\u00f3ria real livremente adaptada de um fugitivo, um alem\u00e3o criminoso de guerra nazista que se refugia em uma pequena e isolada cidade do Brasil em 1949 e ali, enquanto anonimamente se envolve com os pacatos cidad\u00e3os locais, acompanha \u00e0 dist\u00e2ncia o desenrolar dos fatos relacionados com o p\u00f3s-Guerra Mundial. Acabei de registrar o roteiro de drama, tamb\u00e9m livremente baseado em fatos reais, onde a personagem, uma perturbada mulher da classe m\u00e9dia paulistana passa a escrever romances bizarros e ousados, como terapia para os pesadelos que n\u00e3o a deixam. Tamb\u00e9m, como pedido, escrevi roteiros para curta-metragens, tratando de racismo, solid\u00e3o na metr\u00f3pole, viol\u00eancia urbana…
\nP\u00e9rola – . O amor \u00e9 para sempre entre um casal?
\nR – Se o casal estiver vivendo um amor do tipo \u201cStorge\u201d, que \u00e9 marcado pelo companheirismo e respeito, certamente durar\u00e1 \u201cat\u00e9 a morte os separe\u201d; se for dos tipos \u201cEros\u201d (atra\u00e7\u00e3o f\u00edsica, energia de peles), \u201cLudus\u201d (brincadeira) ou \u201cMania\u201d (paix\u00e3o louca), ter\u00e3o um \u00e1pice tempor\u00e1rio e depois se transformar\u00e3o em alguma outra coisa, levando ao fim do relacionamento. J\u00e1 o tipo \u201cPragma\u201d \u00e9 um relacionamento de conveni\u00eancia, e o casal, mesmo j\u00e1 tendo percebido que n\u00e3o h\u00e1 mais qualquer ponto sentimental em comum, permanece junto por comodidade, por utilidade, etc. Essas classes de tipos de amor humano foram identificadas por psic\u00f3logos especializados no assunto, e mereceram um cap\u00edtulo em meu livro \u201cO HOMEM E A MALHA C\u00d3SMICA\u201d.<\/p>\n

P\u00e9rola – . A fam\u00edlia?
\nR – A fam\u00edlia \u00e9 a base de toda a estabilidade do ser humano, que precisa de refer\u00eancias e suporte em v\u00e1rias \u00e1reas: emocional, material, educacional. Por isso, os regimes totalit\u00e1rios tentam, como vemos hoje no Brasil, destruir a fam\u00edlia e os valores do cl\u00e3. Destruindo-se a fam\u00edlia, as pessoas ficam mais vulner\u00e1veis.<\/p>\n

P\u00e9rola – Voc\u00ea tem manias?
\nR – N\u00e3o sei se \u00e9 bem uma mania, mas gosto das m\u00fasicas dos anos 1970, uma de minhas poucas concess\u00f5es a estrangeirismos. Tanto que criei um blog especializado, o
www.1970inesquec\u00edveis.blogspot.com<\/a> , que cont\u00e9m videoclipes da maioria das m\u00fasicas e can\u00e7\u00f5es que marcaram a minha inf\u00e2ncia. Costumo cantarolar m\u00fasicas de Elvis Presley (http:\/\/www.1970inesqueciveis.blogspot.com.br\/\u2026\/wagner-woelk\u2026<\/a>), Beatles (http:\/\/www.1970inesqueciveis.blogspot.com.br\/\u2026\/the-ballad-o\u2026<\/a>), B.J. Thomas, Johnny Rivers, fui estudar canto para diminuir a agress\u00e3o aos ouvidos alheios (risadas).<\/p>\n

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P\u00e9rola – Voc\u00ea enviou maravilhoso texto para a Elos Liter\u00e1rios 3, enviei um exemplar do volume 2 para voc\u00ea. O que acha deste empreendimento liter\u00e1rio?
\nR – Obrigado pela refer\u00eancia ao meu texto. Devorei o exemplar do \u201cELOS LITER\u00c1RIOS, VOLUME 2\u201d com muita sede (risadas). Gosto de ver as diferen\u00e7as de percep\u00e7\u00f5es das pessoas brasileiras, e ali encontrei uma mina sem d\u00favida muito rica. Iniciativas como esta coordenada por ti, P\u00e9rola, t\u00e3o democr\u00e1tica e ousada, s\u00e3o muito necess\u00e1rias no panorama intelectual brasileiro, t\u00e3o dominado pelas oligarquias (\u201cdominado\u201d \u00e9 bem o termo), que n\u00e3o deixam o povo desenvolver seu pensamento, com isso, n\u00e3o conseguindo assimilar as ess\u00eancias da cultura genuinamente nacional, as quais gerariam um povo forte, orgulhoso de quem s\u00e3o. A no\u00e7\u00e3o de que \u201co que \u00e9 nacional, n\u00e3o presta\u201d \u00e9 inserida diariamente pela classe dominante na mente das pessoas de todas as classes mais populares. O povo \u00e9 mantido perversamente na cegueira, na ignor\u00e2ncia de si mesmo, portanto, eternamente manipul\u00e1vel, escraviz\u00e1vel. As elites brasileiras t\u00eam vergonha das coisas e dos sentimentos genuinamente nacionais. Enquanto isso, mant\u00eam os olhos voltados para Europa e EUA, de que se julgam verdadeiramente dignos. \u00c9 a mentalidade dos s\u00e9c.XVII e XVIII, sedimentada na mente colonial, dos bar\u00f5es de caf\u00e9 e cacau, disseminada ainda hoje, em pleno S\u00e9c.XXI, pelas classes m\u00e9dias (Classe m\u00e9dia, mesmo! N\u00e3o a classe m\u00e9dia criada pelo Lula, a que tem renda de 1.100 reais por m\u00eas. Risadas). Isso \u00e9 quebrado com a divulga\u00e7\u00e3o livre das v\u00e1rias vertentes do pensamento de raiz nacional. Por isso, todo canal livre \u00e9 absolutamente necess\u00e1rio, e a proposta das colet\u00e2neas da s\u00e9rie \u201cELOS LITER\u00c1RIOS\u201d, coordenados por ti, \u00e9 amplamente louv\u00e1vel. Que venha mais, muito mais!<\/p>\n

Wagner Woelke, Junho de 2015<\/p>\n

COMUNIDADE ELOS LITER\u00c1RIOS<\/p>\n

Grupo criado pela escritora bahiana P\u00c9ROLA BENSABATH, voltado para a uni\u00e3o e express\u00e3o liter\u00e1ria de autores independentes, “em um ambiente cada vez maior de estreitamento de mercado liter\u00e1rio”, <\/em>\u00e9 hoje um importante impulsionador na integra\u00e7\u00e3o entre escritores (elo-escritores) e leitores.<\/p>\n

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A Escritora P\u00c9ROLA BENSABATH<\/p>\n

O que mais me encanta \u00e9 o comprometimento e o entusiasmo dos elo-escritores com as COLET\u00c2NEAS ELO-LITER\u00c1RIAS: todo um movimento a partir do noso volume 1, e que se estendeu \u00e0 nossa p\u00e1gina no Facebook: COMUNIDADE ELOS LITER\u00c1RIOS”, <\/em>diz, exultante, a criadora e cordenadora do grupo, P\u00c9ROLA BENSABATH.<\/p>\n

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As Escritoras L\u00facia Laborda e P\u00e9rola Bensabath ladeiam o editor<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Entrevista a P\u00e9rola Bensabath, da \u201cComunidade Elos Liter\u00e1rios\u201d entrevistado – WAGNER WOELKE ——————————————————————————————- Primeiramente gostaria de agradecer imensamente a oportunidade… Continue lendo<\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"gallery","meta":[],"categories":[937],"tags":[173,177,420,519,524,614],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.wagnerwoelke.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1063"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.wagnerwoelke.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.wagnerwoelke.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.wagnerwoelke.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.wagnerwoelke.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1063"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/www.wagnerwoelke.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1063\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":4895,"href":"https:\/\/www.wagnerwoelke.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1063\/revisions\/4895"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.wagnerwoelke.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1063"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.wagnerwoelke.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1063"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.wagnerwoelke.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1063"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}