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{"id":3800,"date":"2019-05-07T11:41:39","date_gmt":"2019-05-07T11:41:39","guid":{"rendered":"http:\/\/wagnerwoelke.com.br\/?p=3800"},"modified":"2019-12-17T17:54:24","modified_gmt":"2019-12-17T20:54:24","slug":"gabriel-santamaria-psicanalista-e-escritor-a-receita-para-uma-literatura-profunda","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.wagnerwoelke.com.br\/gabriel-santamaria-psicanalista-e-escritor-a-receita-para-uma-literatura-profunda\/","title":{"rendered":"GABRIEL SANTAMARIA, Psicanalista e Escritor: A Receita Para Uma Literatura Profunda"},"content":{"rendered":"\n

Existe algo mais instigante do que a psique humana? Investigar as profundezas da mente, e os seus pensamentos, sentimentos, e percep\u00e7\u00f5es \u00e9 tarefa de quem gosta de ir muito fundo no entendimento da quest\u00e3o humana… (Foto da capa: GABRIEL SANTAMARIA em entrevista para CARLOS S\u00cdLVIO, da R\u00c1DIO CONECTADOS)<\/p>\n\n\n\n

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A quest\u00e3o humana \u00e9 o objeto da psicologia profunda…

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Tal \u00e9 o universo onde o escritor paulistano GABRIEL SANTAMARIA navega, para depois transformar em obras liter\u00e1rias profundas, investigativas e elucidativas dos mist\u00e9rios mais \u00edntimos do ser humano, com as quais nos brinda: s\u00e3o romances, contos, poesia…<\/p>\n\n\n\n

O EVANGELHO DOS LOUCOS<\/strong><\/p>\n\n\n\n

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Trecho:<\/p>\n\n\n\n

\u201cEla se tornou a minha obsess\u00e3o. Vejo-a sem saber, com certeza, se \u00e9 fantasia ou realidade. Tamb\u00e9m ou\u00e7o: o timbre digitalizado, mesclado aos ru\u00eddos do aparelho, chegando via sat\u00e9lite ou o toc-toc dos saltos no cal\u00e7amento. Ela rasga o tecido deste mundo, o mundo normal e acinzentado onde habito, e simplesmente invade. Seu olhar, um verdadeiro enigma. Suas pernas delgadas seduzem, obrigando-me a rastrear-lhe a passagem. Confundo-me. Sinto-me desnorteado, \u00e0s vezes. Como ser\u00e1 a consist\u00eancia daquela carne, medito. Se me fosse permitido toc\u00e1-la, se eu a segurasse firmemente, prendendo-lhe os bra\u00e7os com as minhas m\u00e3os. De pensar, estreme\u00e7o. Sua pele \u00e9 morena e lustrosa. Quente, talvez. Sim, \u00e9 quente, e suspeito: h\u00e1 nela, na mulher, minha repentina obsess\u00e3o, sinais de descend\u00eancia mourisca.\u201d<\/em><\/p>\n\n\n\n

O ARCANO DA MORTE<\/strong><\/p>\n\n\n\n

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TRECHO:<\/p>\n\n\n\n

\u201cDepois do jantar, acomodados na sala de repouso, o Conde sugeriu que Aristides e eu particip\u00e1ssemos de um jogo que, naquele momento, me pareceu um tipo de encena\u00e7\u00e3o. A ideia consistia basicamente em trocarmos de identidade durante certo tempo. Sou uma artista de palco, e n\u00e3o digo que assumir outra personagem esteja distante do que estou acostumada, mas Aristides sempre se mostrou um homem s\u00e9rio e pragm\u00e1tico, nunca afeito a situa\u00e7\u00f5es dessa natureza. Sendo assim, supus que ele n\u00e3o aceitaria a proposta, no entanto, o fato \u00e9 que terminei surpreendida. Meu marido acatou a sugest\u00e3o de imediato, e procurou desempenhar o papel com dilig\u00eancia, assumindo uma identidade que jamais foi a dele. Por\u00e9m, antes de come\u00e7armos, o Conde afirmou ser conveniente termos um s\u00edmbolo de realidade capaz de garantir a estrutura do jogo, algo que servisse como totem. Ele utilizou exatamente esse termo: totem. Foi nesse momento que apresentou a carteira, ela seria nosso totem, e deveria ficar em posse de Aristides durante a encena\u00e7\u00e3o. Garanto que eu particularmente n\u00e3o toquei na carteira, somente Aristides teve permiss\u00e3o. Me recordo que ele observou o totem com gravidade, analisou o exterior e o interior, e deve ter reconhecido que se tratava decerto de um artigo elegante. Desse modo, tudo come\u00e7ou. O Conde dirigiu a encena\u00e7\u00e3o: Aristides deveria encarnar inicialmente um tutor de atitudes conservadoras, o cat\u00f3lico tipicamente tradicionalista, cheio de moralismo e severidade, em contrapartida, eu assumiria a postura de uma estudante universit\u00e1ria, algo ing\u00eanua e inexperiente. O curioso \u00e9 que n\u00e3o existia nunca exatamente um roteiro. O Conde ia orientando as coisas, insinuando algumas situa\u00e7\u00f5es, estimulando conflitos e debates, e embora eu tivesse achado muito confuso, de in\u00edcio, logo me envolvi totalmente no jogo, e comecei a consider\u00e1-lo estimulante. Creio que Aristides tamb\u00e9m estivesse se comprazendo, mas de uma maneira diferente, sendo rigoroso, por exemplo, cumprindo fielmente o papel designado, se submetendo aos des\u00edgnios do Conde de modo absoluto. Houve mudan\u00e7as de personagens, em determinado momento, e Aristides deixou de se apresentar como cat\u00f3lico conservador, se tornando um degenerado afeito a compromissos com mulheres de car\u00e1ter leviano. E a mim me coube assumir a carapu\u00e7a desse tipo de pessoa. Isso naturalmente foi um choque, por\u00e9m, como aceitara participar daquilo, decidi encarnar a tal personagem que, diferente da anterior, tinha uma alcunha espec\u00edfica. Conforme a cena ia se desenrolando, o convidado de Aristides fomentava nele um comportamento mais agressivo, dominador, dando a entender que \u00e0quele indiv\u00edduo degenerado cabia o papel de macho dominante. Portanto, eu deveria me comportar como uma f\u00eamea submissa. Como da vez anterior, meu marido cumpria fielmente o acordo, agindo com arrog\u00e2ncia e me tratando rudemente. Eu, sem coragem de abandonar o jogo, suportava tudo, me esfor\u00e7ando por admitir uma toler\u00e2ncia que n\u00e3o \u00e9 da minha natureza. Mas a verdade era que eu me encontrava j\u00e1 exasperada com a excentricidade do Conde, e n\u00e3o compreendia bem por que motivo Aristides se permitia dirigir t\u00e3o tranquilamente.\u201d<\/em><\/p>\n\n\n\n

NO TEMPO DOS SEGREDOS<\/strong><\/p>\n\n\n\n

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SINOPSE:<\/p>\n\n\n\n

O \u00fanico intento de Gaspar Fernandes consistia em fruir o tempo da aposentadoria dedicando-se aos livros de sua biblioteca, mas uma correspond\u00eancia endere\u00e7ada por um antigo amor de juventude modifica as estruturas de sua exist\u00eancia. Tendo recebido tamb\u00e9m o diagn\u00f3stico a respeito de um tumor, e sabendo que lhe restam poucos meses de vida, Gaspar mergulha em uma redescoberta do passado na companhia de Carol, uma chef de cozinha que, casualmente, se transforma em sua amiga. Neste romance, Gabriel Santamaria ergue os v\u00e9us de segredos que, durante d\u00e9cadas, encobriram a verdade sobre o relacionamento entre um estudante brasileiro de literatura residente em Lisboa e uma fot\u00f3grafa portuguesa. Temperado com versos de poetas brasileiros e lusitanos, o romance NO TEMPO DOS SEGREDOS cativar\u00e1 os leitores imediatamente.<\/p>\n\n\n\n

O SABER SILENCIOSO DAS COISAS<\/strong><\/p>\n\n\n\n

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Como se o poeta se debru\u00e7asse sobre um rio de \u00e1guas l\u00edmpidas, e ali se refletissem suas fei\u00e7\u00f5es e tamb\u00e9m seus sentimentos, seus dilemas e tamb\u00e9m suas esperan\u00e7as, os poemas reunidos neste livro revelam a intimidade de um indiv\u00edduo. Ora conduzindo o leitor por labirintos da alma humana, ora descortinando paisagens naturais, Gabriel Santamaria oferece nesta obra o vislumbre de novos aspectos de sua veia po\u00e9tica. <\/p>\n\n\n\n

PARA LER NO CAMINHO<\/strong><\/p>\n\n\n\n

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Em PARA LER NO CAMINHO, de Gabriel Santamaria, \u00e9 um livro que pretende acompanhar voc\u00ea em seus percursos. Nos textos aqui reunidos, o autor escreve em estilo leve sobre viagens, sonhos, autoconhecimento, espiritualidade, etc. Eis uma obra que pode ser lida em uma excurs\u00e3o tur\u00edstica, durante o trajeto para o trabalho, nas horas de lazer ou em qualquer momento em que o leitor deseje mergulhar em textos agrad\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n

ASSIM MORRE A INOC\u00caNCIA<\/strong><\/p>\n\n\n\n

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No ambiente opressivo de um c\u00e1rcere onde presos pol\u00edticos esperam a execu\u00e7\u00e3o matutina ou a quil\u00f4metros de dist\u00e2ncia da civiliza\u00e7\u00e3o, em uma ilha, aguardando resgate, os personagens desta obra s\u00e3o confrontados com expectativas e quest\u00f5es essenciais. Nesta colet\u00e2nea que re\u00fane doze contos \u2013 segundo livro publicado por Gabriel Santamaria, autor do romance O Evangelho dos Loucos \u2013, os leitores s\u00e3o convidados ao encontro com tipos humanos cujas personalidades complexas e labir\u00ednticas d\u00e3o o tom da narrativa. <\/p>\n\n\n\n

DESTINO NAVEGANTE<\/strong><\/p>\n\n\n\n

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Autor de O Evangelho dos Loucos (romance) e Assim Morre a Inoc\u00eancia (contos), Gabriel Santamaria traz neste volume uma colet\u00e2nea de poemas em que os temas do sil\u00eancio, do amor, da devo\u00e7\u00e3o e da liberdade encontram-se no centro de sua reflex\u00e3o po\u00e9tica.<\/p>\n\n\n\n

O AUTOR<\/strong><\/p>\n\n\n\n

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\u201cO que me inspira todos os dias a escrever \u00e9 tanto uma necessidade visceral de expressar o meu universo interior quanto a urg\u00eancia de traduzir o mundo exterior em palavras\u201d.<\/em> <\/p>\n\n\n\n

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GABRIEL SANTAMARIA<\/strong> (pseud\u00f4nimo do escritor Gabriel Viviani de Sousa) nasceu em S\u00e3o Paulo no ano de 1977. Com pouco mais de vinte anos, conheceu pessoalmente o poeta brasileiro Bruno Tolentino, tendo entabulado com este conversas a respeito de literatura, filosofia e religi\u00e3o, contato que foi extremamente importante para seu desenvolvimento po\u00e9tico. Autor de sete livros: os romances \u201cNO TEMPO DOS SEGREDOS\u201d, \u201cO EVANGELHO DOS LOUCOS\u201d, \u201cO ARCANO DA MORTE\u201d, o livro de contos \u201cASSIM MORRE A INOC\u00caNCIA\u201d, o livro de cr\u00f4nicas \u201cPARA LER NO CAMINHO\u201d, e as obras de poesia \u201cDESTINO NAVEGANTE\u201d e \u201cO SABER SILENCIOSO DAS COISAS\u201d.        \u00c9 tamb\u00e9m psicanalista formado pelo Instituto Brasileiro de Psican\u00e1lise Cl\u00ednica. <\/p>\n\n\n\n

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